O peso do número

     Sempre foi minha paixão pilotar uma moto. Seguir estradas, desafiar o perigo, "lutar contra o vento"... -Tudo de bom!!! A sensação de liberdade e o vento em meu rosto, as pedrinhas do asfalto batendo nas pernas, e o calor do motor aquecendo meus pés... -Bom demais!
     O prazer se desfez, um problema sério de coluna me tirava o que mais eu gostava... -PILOTAR!
     Perdi o movimento dos braços e três hérnias vieram a me adoecer de forma que não tinha mais forças para manobra e se quer, fazer uma curva... Médicos me tiravam a esperança e o "nunca mais" passou a fazer parte de meu vocabulário. Não podia acreditar!!! Por anos, na esperança de que tudo pudesse mudar, mantive minha moto como a um troféu enfeitando minha garagem e então, por motivos maiores ela foi vendida... Como um "trauma" esta imagem ficou em minha mente e a "dor" da perda, nunca se desfez. A inconformidade foi dando espaço e a distância entre ela e EU ficou maior que meu sonho...
     Meu esforço em não aceitar a "doença degenerativa" de minha coluna foi maior que a visão médica de meu "caso"... Minha garra e determinação fizeram com que recuperasse quase todos os movimentos e somente um, quase imperceptível fico, apesar da dificuldade de fazer força sem danos.
     Massagens, exercícios, alongamentos e muita força de vontade na luta contra a dor através da própria dor. Determinação, foco e muita fé me deram o direito de novamente sonhar... De resgatar o meu ontem de aventuras na coragem da liberdade e assim eu fiz!!!
     Em 50.0 em ação e aos meus 50.1 em atividade...
     Eis meu "troféu" de vitória, perseverança e resistência!!
     Meu mais novo brinquedo...
     de 1990 par ao ano 2015 e mostrando que o "velho tem força jovem"